quinta-feira, 21 de julho de 2011

Amianto mata

Olá Pessoal, 

Estou colocando aqui informações importantes sobre o amianto, desenvolvi essa pesquisa por conta do telhado do CEP que utiliza esse material tão nocivo!

A FIBRA MORTAL

O amianto ou asbesto é uma fibra mineral natural sedosa que, por suas
propriedades físico-químicas, é abundante na natureza sob a forma de serpentinas (amianto branco) e anfibólios (amianto marrom, azul e outros), sendo que a primeira corresponde a mais de 95% de todas as manifestações geológicas no planeta. Por ser um produto de baixo custo, é largamente utilizada na indústria. O mineral mágico, como já foi chamado, vem sendo utilizado desde os primórdios da civilização. Inicialmente, para reforçar utensílios cerâmicos dando-lhes propriedades refratárias. Relatos de quatrocentos anos antes de Cristo demonstram que o amianto era usado para fabricar mortalhas e provocava doenças entre os escravos. Foram os romanos, há quase 2.000 anos, que o extraíram das minas situadas nos Alpes italianos e nos Montes Urais, na Rússia.

A história: O nome asbesto, de origem grega, significando incombustível, foi referido por Plutarco no século 70 A.C. A denominação asbesta ou não destrutível pelo fogo refere-se ao pavio das lâmpadas mantidas permanentemente acesas pelas virgens vestais.
amianto, palavra de origem latina (amianthus), significa sem mácula ou
incorruptível. As duas palavras se referem às propriedades físico-químicas desse material, que o tornaram uma matéria-prima importante para a indústria, utilizada em larga escala na Revolução Industrial pela sua excelente propriedade de isolante térmico em máquinas e equipamentos, atingindo seu apogeu durante as duas guerras mundiais.
O uso: Seu uso tem muitas utilidades: alta resistência mecânica (é tão resistente quanto o aço) e às altas temperaturas (não pega fogo), boa qualidade isolante, durabilidade, flexibilidade, indestrutibilidade, resistente ao ataque de ácidos, álcalis e bactérias, facilidade de ser tecida (mesmo sendo uma rocha, suas fibras podem ser trabalhadas, transformando-se em tecidos usados para roupas que suportam altas temperaturas).
Produtos que contém o amianto
Mais de 3 mil produtos contêm amianto. No Brasil, o amianto tem sido empregado em milhares de produtos, principalmente na indústria da construção civil (telhas, caixas d'água de cimento-amianto) e em guarnições de freio (lonas e pastilhas), juntas, gaxetas, revestimentos de discos de embreagem, tecidos, vestimentas especiais, pisos vinílicos (tipo Paviflex), papelões hidráulicos, tintas e massas retardadoras de fogo, plásticos reforçados, entre outros.
Onde é produzido o amianto
A maior mina de amianto em exploração no Brasil situa-se no município de Minaçu, no Estado de Goiás. O Brasil está entre os cinco maiores produtores de amianto do mundo e é também um grande consumidor. Sua produção está em torno de 190 mil toneladas/ano.

Doenças provocadas pelo amianto
Infelizmente, a maioria das doenças do amianto não têm cura. Algumas delas podem matar a curto prazo e outras vão matando lentamente por asfixia.
Asbestose é a mais freqüente entre as enfermidades fatais. As fibras do mineral alojam-se nos alvéolos e comprometem a capacidade respiratória. É crônica, progressiva e para ela não existe tratamento. Em geral, leva de 15 a 25 anos para se manifestar, mas pode ocorrer antes, em caso de exposição a grandes quantidades de poeira.
O paciente sente falta de ar, emagrece e tem dor no peito. É um tipo agressivo de tumor, que costuma espalhar-se para os rins, os ossos e o cérebro. O tratamento é feito com quimioterapia, radioterapia ou cirurgia. Não tem cura e progride mesmo que nunca mais se exponha à poeira de amianto.
Mesotelioma câncer da membrana que envolve os pulmões (pleura). Só é causado pelo amianto. O paciente sente falta de ar e dor aguda no peito. O tratamento é o mesmo do câncer de pulmão, mas a cura é mais difícil. A sobrevida após o diagnóstico é de dois anos. O mesotelioma é uma doença que pode se apresentar até 35 anos após a contaminação.

Placas pleurais
Surgem na pleura e são benignas, embora provoquem incômodos como falta de ar ecansaço. Não há sintomas nem tratamento. O doente corre três vezes mais risco de sofrer de asbestose e dez vezes mais de ter mesotelioma
câncer de faringe e do aparelho digestivo. Já existem muitas provas de que estas doenças se manifestam em quem esteve exposto ao amianto.
PERIGO FATAL
As doenças, quando contraídas, não têm cura porque o amianto não pode ser
destruído por nenhum agente (calor, microrganismos e bactérias, ácidos, etc).
Quando penetra no corpo humano pela respiração ou ingestão, não é eliminado pelos nossos anticorpos. Aloja-se em órgãos como pulmão e em tecidos como pleura e peritônio, que revestem o pulmão e abdômen, respectivamente.
Quem pode adquirir estas doenças
Não é somente os trabalhadores que manipulam o amianto que adquirem estas
doenças. Atinge indiscriminadamente quem lava as roupas dos trabalhadores, os filhos que são abraçados pelos pais com as roupas de trabalho, aqueles que moram próximos a estas fábricas e o consumidor que adquire produtos à base deste material.
A contaminação
Infelizmente não há como evitar esta contaminação, já que estas fibras são
indestrutíveis pelos mecanismos de defesa do organismo. A única forma de prevenir o aparecimento das doenças é não ter nenhum contato com o amianto.

A proibição no mundo
O amianto é proibido em muitos países do primeiro mundo como Itália, França, Suíça, Alemanha, Inglaterra, Áustria, Holanda. Na França, desde 1997 não é permitido vender, importar ou fabricar qualquer produto à base de amianto. A Comissão Técnica da União Européia aprovou o banimento em todo o território europeu a partir de 2005.
Dos países desenvolvidos, apenas o Canadá resiste em adotar o banimento porque exporta 98% de sua produção para os países em desenvolvimento.

A proibição no Brasil
Infelizmente não existe legislação proibindo o amianto no Brasil. As leis federais estão todas vinculadas ao projeto dos deputados Eduardo Jorge e Fernando Gabeira e tramitam muito lentamente no Congresso Nacional. A comissão especial que trata do assunto, cujo relator é o deputado Ronaldo Caiado, aprovou um substitutivo que deverá ir ao plenário da Câmara para ser votado. A comissão especial é composta em sua maioria por deputados de Goiânia, onde fica a principal mina de amianto do país.
Uma série de novas legislações estaduais e municipais recentes proíbem o amianto. Os estados do Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Pernambuco, além de 15 municípios, aprovaram leis banindo a “fibra mortal”. Mas o Superior Tribunal Federal (STF) derrubou a proibição em São Paulo e Mato Grosso do Sul, atendendo a Ações Diretas de Inconstitucionalidade (Adin) movidas pelas empresas do amianto. Três Adins referentes aos outros estados estão sendo julgadas pelo Tribunal.
A proibição no Rio Grande do Sul
A Lei nº 11.643, de 21 de junho de 2001, de autoria do deputado Giovani Cherini, aprovada pela Assembléia Legislativa e sancionada pelo governo do Estado, proíbe a partir do dia 19 de setembro de 2004 a produção de amianto no Rio Grande do Sul.
De acordo com a lei, a partir de 2005 estará proibida também a comercialização do amianto no RS. O Estado é o segundo no Brasil a proibir o uso do mineral cancerígeno. O primeiro foi Mato Grosso do Sul e cinco cidades paulistas já legislaram sobre o assunto. Desde o dia 19 de setembro de 2004, o deputado vem acompanhando o cumprimento da lei no Rio Grande do Sul.
O deputado Giovani Cherini estranha que as empresas tentem burlar a lei através de ações judiciais. Afinal, o artigo 255 da Constituição Federal diz que: "Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.

O Fórum Social Mundial 2003 e o Amianto
No dia 25 de janeiro de 2003, integrantes do Fórum Social Mundial, realizado em Porto Alegre, redigiram uma Moção de Apoio ao Banimento do Amianto no Brasil. O documento foi enviado ao Presidente da República, Presidente da Câmara dos Deputados, Presidente do Senado, Ministro do Trabalho, Ministro da Saúde e o Diretor do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho.
O que diz a moção: Nós, delegados presentes ao Fórum Social de Porto Alegre, de 23 a 28/01/2003, vimos, respeitosamente, recomendar que se adotem, de imediato, mecanismos legais que ponham fim ao flagelo e genocídio praticado pela indústria do amianto no Brasil.
Considerando-se que o amianto, sob todas as formas (crisotila ou anfibólios), é
conhecido, há muito tempo, pelas suas propriedades carcinogênicas, sendo
reconhecido como nocivo à saúde pública pelas instituições de saúde mais
respeitadas do mundo, é que se tem recomendado reiteradamente a substituição do amianto, buscando-se alternativas saudáveis.
Considerando-se, inclusive, a decisão anunciada oficialmente pela OMC (Organização Mundial do Comércio) de que o banimento do amianto, por motivos ligados à defesa da saúde pública, não se constitui barreira ao livre comércio, não gerando sanções econômicas, decisão esta inédita da OMC, uma vez que esta instituição é reconhecida por sua vocação de defesa intransigente da livre circulação de mercadorias, vimos fortemente conclamar que seja aprovada lei proibindo todos os usos de amianto no Brasil, sua extração, comercialização, importação e exportação. O banimento do amianto é necessário para que, o mais rápido possível, “um outro mundo seja possível”, isento do cancerígeno amianto - o “assassino industrial do século XX” - evitando-se, com isto, provocar ainda mais sofrimentos à humanidade.
 A responsabilidade de proteger a vida de milhões de inocentes está em suas mãos!

O Fórum Social Mundial 2005 e o Amianto
O Fórum Social de 2005 reservou ampla programação para discutir o banimento do amianto no Brasil e no mundo. Exemplo disso foram várias discussões realizadas com especialista no assunto e manifestação ocorrida na empresa Eternit, em Esteio, para protestar pelo uso do amianto nos seus produtos. Integrantes do Fórum Social Mundial também promoveram manifestação na Brasilit de Sapucaia do Sul, para chamar a atenção da sociedade pela iniciativa da empresa em banir o uso do amianto.

Quem apoia a Lei Cherini
A Lei nº 11.643, de 21 de junho de 2001 que proíbe o amianto no Estado do Rio Grande do Sul, tem apoio de importantes segmentos da sociedade gaúcha e brasileira. O maior apoio é da Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto – a ABREA, que tem como objetivo principal esclarecer a população sobre os riscos do amianto, cadastrar as pessoas para exames médicos em centros especializados em doenças do amianto, propor ações de indenização para as vítimas e lutar para a proibição deste agente cancerígeno em nosso país.
O que dizem os profissionais da área da saúde sobre o amianto:

Em certa medida, toda a população está exposta aos perigos do amianto. Caixas
d’água soltam fibras quando se quebram e até mesmo durante a limpeza. Cortar
telhas de amianto também pode gerar contaminação. Os trabalhadores da construção civil estão entre os mais expostos”
Vanda D’Acri, da Fiocruz, no Rio de Janeiro.
Vanda integra uma equipe de pesquisadores que desde 1986
estuda casos de asbestose (enrijecimento incurável do pulmão)
e câncer associados ao amianto no Estado do Rio de Janeiro

“Ainda que o amianto seja banido do Brasil, o pior está por vir. A medicina vai ter
muito trabalho nas próximas décadas.”
Eduardo Algranti, pneumologista da Fundacentro, órgão do Ministério do Trabalho.

"O trabalhador que corta uma telha de amianto está exposto. Não há possibilidade segura do uso do amianto, mesmo com a mais avançada tecnologia de controle dessa fibra".
Hermano Albuquerque de Castro, pneumologista, médico do trabalho e doutor em Saúde Pública

“O AMIANTO É UM DOS PROBLEMAS MAIS GRAVES DA ÁREA DE SAÚDE PÚBLICA EM
TODO O MUNDO SENDO CONSIDERADO O MAL DO SÉCULO XX OU A POEIRA
ASSASSINA”.
Dra Fernanda Giannasi, Auditora Fiscal do Ministério do Trabalho

 LEI CHERINI: LEI Nº 11.643, DE 21 DE JUNHO DE 2001.
Dispõe sobre a proibição de produção e comercialização de produtos à base de amianto no Estado do Rio Grande do Sul e dá outras providências.
Art. 1° - A produção e a comercialização de produtos à base de amianto fica proibida, no âmbito do Estado do Rio Grande do Sul, nos termos desta Lei.
Parágrafo único - A vedação prevista nesta Lei alcança, além do próprio amianto, todo e qualquer produto, derivado ou misto, de silicato natural hidratado de cálcio e magnésio.
Art. 2° - Os estabelecimentos industriais terão um prazo de três anos e os estabelecimentos comerciais de quatro anos para adequarem-se às disposições constantes desta Lei.
Art. 3° - VETADO
Art. 4° - O Poder Executivo regulamentará esta Lei, no que couber, podendo atribuir penalidades adicionais.
Art. 5º - Esta Lei entra em vigor no prazo de noventa dias, a partir da data de sua publicação.
PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 21 de junho de 2001.
Autoria: Deputado Giovani Cherini
Origem: PL 08/2000

Declaração de Tóquio
Os participantes do Congresso Mundial do Amianto em Tóquio, ocorrido entre 21/11/2004, reunindo 40 países e regiões de todas as partes do mundo, lançaram o seguinte apelo aos governantes, organizações, grupos e pessoas em vista dos devastadores efeitos à saúde de todas as formas do amianto ou asbesto, um comprovado carcinogênico. Destacando-se iniciativas internacionais para eliminação dos riscos do amianto, participantes concordaram em tomar atitudes urgentes para intensificar estas ações.
Banimento:
O banimento da mineração do amianto, seu uso, do comércio e da reciclagem deve ser adotado por todos os países. A remoção segura e a disposição final do amianto devem ser conduzidas de acordo com regras e procedimentos estabelecidos.
Proteção dos trabalhadores e da população em geral:
Os trabalhadores e a população em geral, que estiveram expostos aos produtos contendo amianto, devem ser protegidos através de procedimentos adequados de gestão de risco desenvolvidos com a participação ativa destas pessoas. A recuperação de áreas ambientalmente degradadas deve ser uma prioridade.
Alternativas:
Produtos e tecnologias alternativas para substituir o amianto devem ser empregados,
observando atentamente as características de menor nocividade e a factibilidade do uso de tais alternativas.
Troca de Informações:
Materiais contendo informações em linguagem facilmente aplicável devem ser
desenvolvidos e disseminados em colaboração com agências internacionais,
organizações afins e grupos interessados. Campanhas de conscientização devem ser empreendidas contínua e sistematicamente.

Transição justa e segura e a prevenção da transferência para países em
desenvolvimento:
Todos os esforços devem ser adotados para garantir uma transição segura e a proteção social para os trabalhadores e comunidades afetadas pelo banimento do amianto. Qualquer transferência da produção de amianto, produtos que o contenham e de resíduos para países em desenvolvimento devem ser impedidos por esforços conjuntos.
Indenização e tratamento:
Vítimas do amianto e suas famílias devem receber imediato tratamento médico e
indenização justa. O empoderamento das vítimas e de suas famílias na participação de campanhas locais e na ação direta deve ser considerado como “de alta prioridade”.
Cooperação:
Cooperação internacional é essencial! Participação ativa das vítimas, trabalhadores, da população, formadores de opinião e formuladores de políticas, acadêmicos, advogados,sindicatos, advogados, organizações populares, agências relevantes e grupos interessados é fundamental. Experiências positivas desta cooperação devem ser trocadas através das redes já existentes e de novas iniciativas.
Monitoramento contínuo e global dos desenvolvimentos em todas as categorias acima é vital para a sustentação internacional da ação em direção a um ambiente livre de amianto para os seres humanos. Nós podemos, devemos e FAREMOS a mudança trabalhando juntos em prol do futuro.

Instituição que luta contra o amianto no Brasil
Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto - ABREA
Av. Santo Antônio, 683 - Jardim Alvorada - Fone/Fax: (55-11)3681-2710
06086-070-Osasco - São Paulo
Email: abrea@telnet.com.br
Web: www.abrea.com.br

sexta-feira, 8 de julho de 2011

O professor que odeia o livro

Gente, achei muito interessante esse texto que recebi de uma colega. A reflexão do autor diz respeito a nossa formação; independente da nossa área de atuação.



É considerado habilidoso aquele soldado que carrega rapidamente sua arma e em fração de segundos tem o inimigo sob mira certeira. Também é muito apto o trabalhador fabril que ajusta uma peça na velocidade correta, então deslocada na sua direção por uma esteira na linha de montagem. Velocidade e destreza, nesses casos, são essenciais. Essa velocidade e essa destreza, uma vez no campo da leitura, talvez sejam exigidas no e-mail e no twitter. Todavia, valem pouco para os intelectuais que, enfim, se alimentam antes de tudo do livro.
O livro é o campo do intelectual. Não é o campo do estudante que, enfim, é transformado pelos professores, quando muito, no soldado, no trabalhador fabril e no leitor de twitter. O estudante é tirado, pelo professor, da estrada que poderia transformá-lo em um intelectual ou, ao menos, em uma pessoa capaz de autonomia de julgamento. Vítima de pequenos textos em forma de cópia Xerox, o professor tornou-se alguém que perpetua a cultura da pressa e do acúmulo, tornando seu aluno igual a ele próprio, antes um meio leitor que um leitor.
Esse professor é um inapto. Mas o pior é que ele é um produtor de inaptos. Há muito ele caiu no conto de uma das vias da modernidade, a que confundiu rapidez com objetividade. No campo de batalha, o soldado que arma seu fuzil rapidamente e de modo mais veloz ainda tem o inimigo sob mira, recebe o nome de um “atirador objetivo”. De modo menos dramático é o caso do “jogador objetivo”, que finaliza bem e reduz o jogo todo a algo muito chato caso não exista o gol. Essa noção de objetividade desliza erradamente para a atividade do leitor e, então, qualifica o que é o “leitor objetivo”. Este, desse modo, é o que “vai direto ao ponto” no texto e não sucumbe às diversas possibilidades interpretativas. O que deveria ser uma virtude do bom leitor, que é justamente a capacidade de sucumbir às diversas possibilidades interpretativas, indo e vindo no texto, parando para repensar e fazer conexões próprias, agora é o comportamento condenado.
Nessa cultura que a filósofa Olgária Matos chama de o “vamos direto ao ponto”, as palavras subjetivo e objetivo perdem sua melhor significação. Subjetivo não é mais próximo de reflexivo e, sim, de confuso e lerdo. Objetivo continua a ser quase sinônimo de verdadeiro, mas não pela sua qualidade de independência e, sim, pela sua simplicidade e rapidez. Essa confusão de conceitos que criou o leitor de nossos tempos, o leitor não intelectual, é comemorada então pela universidade que abriga o professor inapto.
Esse professor começou sua carreira sem perceber que iria se tornar o que se tornou. Ele não se matriculou em um curso para ser imbecil, é claro. Mas ele não foi suficientemente esperto para escapar da tarefa que ganhou nos primeiros dias de aula, talvez bem antes da universidade, tarefa esta que ele, depois, passou a repetir com seus alunos candidatos a aleijões mentais. Foi lhe dado, logo no início de sua vida escolar, antes a tarefa de resumir textos e colocar “as idéias principais” que a tarefa de compreender o texto e expandi-lo por meio da imaginação, criação e busca de erudição. Assim, de resumo em resumo, no afã da atividade de tornar tudo menor, mais rápido e curto, ele acabou encurtando, verdadeiramente, sua inteligência. Ficou curto mentalmente. Nada lê para criar. Tudo lê para fichar. Até seu mestrado e doutorado foi feito assim, por meio de “fichamentos”. Ele até chegou a ler um manual de metodologia científica que aconselhava o fichamento! Ele se tornou, assim, uma pessoa limitada se sem a menor idéia do que é ser um leitor. Ganhou um “Dr” na frente do nome, que o legitimou nessa atividade que ele acredita que se encaixa na universidade perfeitamente. Exibe esse seu hábito de pegar atalhos, que o torna um símio, e é assim que se comporta: exibe seu método de “fichamento”, resumo, e leitura do crime do Xerox como o macaco exibe o pênis quando vê a fêmea humana.
Paro por aqui, pois já ultrapassei o tanto de linhas que os alunos desse professor conseguem ler. Eu disse os alunos, ele mesmo, o dito professor, parou bem antes, no segundo parágrafo. Esse tipo de professor se tornou um ejaculador precoce. Ele não leva adiante nada que ultrapasse uma lauda, e mesmo assim, às vezes não termina nem mesmo uma lauda uma vez que, precisando de dicionário, não o apanha na estante e tem preguiça de consultar o da Internet, aberta na frente dele.

© 2010 Paulo Ghiraldelli Jr., filósofo, escritor e professor da UFRRJ

Por Munique Pinho

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Atividade do Bilhete

Resumo do Encontro ACC – Educação em Rede 15/06

Atividades no Colégio Estadual de Plataforma

Encontramo-nos, hoje, na Escola Estadual de Plataforma para realizarmos as atividades

nas salas de aula.

Esperamos o fim do intervalo e começamos os trabalhos. Eu e Maurício, na 5ª A,

com a atividade de letramento "aula do bilhete" e Victória e Amanda, na 5ª B, com a

atividade "Democratização e Cidadania no CEP".

Os alunos estavam bastante inquietos, em ambas as turmas. Tivemos dificuldades de

concentrá-los apenas na atividade; eles queriam interagir, levantar, brincar. Mas, ainda

assim, houve participação e disposição para trabalhar.

Danubia trabalhou dando apoio as duas turmas e Igor, professor Reginaldo e os alunos,

mediram os espaços da escola; eles serão a base para o trabalho de sinalização.

Nessa atividade o grupo esteve bem envolvido e concentrado. O grupo era formado por

alunos mais velhos e que já tinham envolvimento com o grafite.

No final da tarde fomos até a sala dos professores; conversamos e nos despedimos, pois

só voltaremos a escola após o recesso de São João.

O encontro de hoje foi muito produtivo. Acho que conseguimos uma ótima interação

com os alunos e que conseguimos passar para os alunos algumas reflexões durante as

atividades.

Por Munique e Maurício

sábado, 25 de junho de 2011

Avaliação da atividades do bilhete

Para Cipriano Carlos Luckesi, professor aposentado da UFBA que se firmou  como um dos principais expoentes nos estudos sobre avaliação escolar,  a avaliação é um elemento natural no processo de ensino aprendizagem. Ela não consiste apenas em exames, pois não pode ser excludente e classificatória como eles, mas numa forma de auxiliar o educando na busca e na construção de si mesmo e do seu melhor modo de ser na vida.

       Segundo Luckesi,  para avaliar, é necessário: 
       1. Coletar dados da disciplina na aprendizagem;
       2. Aplicar, na coleta desses dados, instrumentos condizentes com o tipo de conduta e habilidade     
       avaliadas, com os conteúdos realizados no processo ensino aprendizagem e com a realidade linguística e 
       cultural do educando.

       Diante destas ideias é que apresentamos a avaliação que fizemos da atividade desenvolvida na 5ª
 D, sobre a produção de bilhetes. Com a realização desta atividade, pudemos perceber que os alunos se encontram em uma fase desenvolvida da escrita, pois a produção dos bilhetes se deu de uma maneira tranqüila e sem maiores problemas ou consultas ao que e como deveriam escrever. Mas, identificamos problemas com a caligrafia e a ortografia. Percebemos também que trazem na escrita muitas marcas da linguagem oral e que o vocabulário, deles, contempla palavras das diferentes classes gramaticai.

    Para melhorar a competência da escrita, nesta turma, proporíamos a indicação de leituras diversas e que estas leituras servissem de gancho para se trabalhar em sala de aula os pontos em que os alunos se encontram com deficiência. Por exemplo, identificamos muitos erros ortográficos com a letra “s”, poderíamos trabalhar com outros gêneros textuais para assim desenvolver esta consciência nos alunos. É o que pretendemos fazer na próxima atividade por acharmos importante apresentar propostas nas quais os alunos percebam sua ação como leitores e escritores dos textos trabalhados. Pensamos em trabalhar com o gênero do trava-língua levando os alunos por meio da brincadeira a perceberem a diferença do som das letras, na composição de diferentes palavras, tentando dar sentido ao que pretendemos trabalhar com eles.
Alguns dos bilhetes:
 


Postado por: Marcília, Salete e Danúbia.


quinta-feira, 16 de junho de 2011

Atividades no Colégio Estadual de Plataforma - 15/06/2011

Nos encontramos, hoje, na Escola Estadual de Plataforma para realizarmos as atividades nas salas de aula.
Esperamos o fim do intervalo e começamos os trabalhos. Eu e Maurício, na 5ª A, com a atividade de letramento "aula do bilhete" e Victória e Amanda, na 5ª B, com a atividade "Democratização e Cidadania no CEP".

Danubia trabalhou dando apoio às duas turmas e Igor, professor Reginaldo e os alunos mediram os espaços da escola; eles serão a base para o trabalho de sinalização.

No final da tarde fomos até a sala dos professores; conversamos e nos despedimos, pois só voltaremos a escola após o recesso de São João.

O encontro de hoje foi muito produtivo. Acho que conseguimos um ótima interação com os alunos e que conseguimos passar para os alunos algumas reflexões durante as atividades.

Atenciosamente,

Munique Pinho

terça-feira, 14 de junho de 2011

CAPS e CRAS


Quarta-feira passada me pediram informações sobre os CRAS e CAPS (órgãos públicos destinados à promoção da saúde à população). Fiz uma pequena pesquisa sobre ambos, e eis o resultado.

 CAPS 

Seu objetivo é oferecer atendimento à população, realizar o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários.  
Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), entre todos os dispositivos de atenção à saúde mental, têm valor estratégico para a Reforma Psiquiátrica Brasileira. Com a criação desses centros, possibilita-se a organização de uma rede substitutiva ao Hospital Psiquiátrico no país. Os CAPS são serviços de saúde municipais, abertos, comunitários que oferecem atendimento diário.
É função dos CAPS:
- prestar atendimento clínico em regime de atenção diária, evitando as internações em hospitais psiquiátricos;
- acolher e atender as pessoas com transtornos mentais graves e persistentes, procurando preservar e fortalecer os laços sociais do usuário em seu território; 
- promover a inserção social das pessoas com transtornos mentais por meio de ações intersetoriais; 
- regular a porta de entrada da rede de assistência em saúde mental na sua área de atuação; 
- dar suporte a atenção à saúde mental na rede básica; 
- organizar a rede de atenção às pessoas com transtornos mentais nos municípios; 
- articular estrategicamente a rede e a política de saúde mental num determinado território 
- promover a reinserção social do indivíduo através do acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários.
Estes serviços devem ser substitutivos e não complementares ao hospital psiquiátrico. De fato, o CAPS é o núcleo de uma nova clínica, produtora de autonomia, que convida o usuário à responsabilização e ao protagonismo em toda a trajetória do seu tratamento.
Os projetos desses serviços, muitas vezes, ultrapassam a própria estrutura física, em busca da rede de suporte social, potencializadora de suas ações, preocupando-se com o sujeito e a singularidade, sua história, sua cultura e sua vida cotidiana.
O perfil populacional dos municípios é sem dúvida um dos principais critérios para o planejamento da rede de atenção à saúde mental nas cidades, e para a implantação de centros de Atenção Psicossocial. O critério populacional, no entanto, deve ser compreendido apenas como um orientador para o planejamento das ações de saúde. De fato, é o gestor local, articulado com as outras instâncias de gestão do SUS, que terá as condições mais adequadas para definir os equipamentos que melhor respondem às demandas de saúde mental de seu município.

Áreas de Atuação
Salvador
CAPSad Pernambués
Rua Conde Pereira Carneiro, 271
41100-000 Salvador – BA
(71) 3460-1957
capsadpernambues@hotmail.com

CAPS Prof.A. Novis
Rua Laurindo Regis, 1 – Eng. Velho Brotas
40240-550 Salvador – BA
(71) 3611-2956 / 2952 / 2954
aristidesnovis.saude.@salvador.ba.gov.br

CAPSI Liberdade
Rua Conde de Porto Alegre, 11 – IAPI
40330-201 Salvador – BA
(71) 33860696/ 32560869
capsialiberdade@yahoo.com.br

CAPS Adilson Sampaio
Rua do Céu, 77 – Caminho de Areia
40415-305 Salvador – BA
(71) 3611-6584/6585
capsitapagipe@yahoo.com.br

CAPS NIZINGA
Rua da Fraternidade, s/n – Vila Fraternidade – Coutos
40730-176 Salvador – BA
(71)3521-4706 /4707
capsnzinga@yig.com.br

CAPS Águas Claras
Via Local, Conj. Cajazeiras 2, Setor 2, s/n – Águas
41230-970 Salvador – BA
(71) 3309-9641/3395-1876
capsaguasclaras@ig.com.br

CAPS Oswaldo Camargo
Rua Itabuna, 2 – Rio Vermelho
41940-650 Salvador – BA
(71) 3611-3916

CRAS

O Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) é uma unidade pública que atua com famílias e indivíduos em seu contexto comunitário, visando a orientação e fortalecimento do convívio sócio-familiar. 

Atende famílias que, em decorrência da pobreza, estão vulneráveis, privadas de renda e do acesso a serviços públicos, com vínculos afetivos frágeis, discriminadas por questões de gênero, idade, etnia, deficiência, entre outras. Cada unidade do CRAS conta com assistentes sociais, psicólogos, estagiáriose pessoal de apoio. Os recursos para implantação e manutenção dos CRAS são provenientes do Governo Federal, através do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome ( MDS), da Prefeitura de Salvador e do Governo do Estado.
Os objetivos dos CRAS são:

a Promover o acompanhamento sócio-assistencial de famílias em um determinado território; 
a Potencializar a família como unidade de referência, fortalecendo vínculos internos e externos de solidariedade; 
a Contribuir para o processo de autonomia e emancipação social das famílias, fomentando seu protagonismo; 
a Desenvolver ações que envolvam diversos setores, com o objetivo de romper o ciclo de reprodução da pobreza entre gerações; 
a Atuar de forma preventiva, evitando que as famílias tenham seus direitos violados, recaindo em situações de risco. 

Principais atividades:

a Atendimentos individuais; 
a Visitas domiciliares e institucionais; 
a Encaminhamentos à rede sócio-assistencial; 
a Reuniões e ações comunitárias; 
a Palestras voltadas às famílias e à comunidade; 
a Oficinas de convivência e de trabalho sócio-educativo; 
a Campanhas sócio-educativas; 
a Incentivo à geração de trabalho e renda, através de capacitação e intermediação de mão de obra; 
a Articulação e fortalecimento de grupos sociais locais.
Areas de Atuação

Bairro da Paz
Endereço: Praça da Paz Celestial, s/n, Área Verde
Telefone: 3368-0212 

Brotas
Endereço: Av. Mario Leal Ferreira, s/n (espaço da CODESAL)
Telefone: 3381-2909, ramal 27 

Centro
Enderço: Rua Amparo do Tororó, n°7, Tororó (ao lado do Lar Maria Dolores)
Telefone: 3321-8883 

Coutos
Endereço: Eixo 36, Qd. 23 4º etapa, Fazenda Coutos III (ao lado da Casa Brasil)
Telefone: 3397-5605 

Itapagipe 
Endereço: Rua Francisco de Paula Mateus, n° 27, Massaranduba (próximo à Mangueira)
Telefone: 3208-2482 

Liberdade
Rua Pero Vaz, nº 104, Térreo, Liberdade (em frente a Casa de Material de Construção O Brasileiro)

Lobato
Endereço: Av. Afrânio Peixoto, nº 384, Lobato P.R.: Ao lado do Armarinho Dimensão
Telefone: 3390-6712 

Mata Escura
Endereço: Loteamento Jardim Pampulha, Rua C, s/n, Final de Linha
Telefone: 3390-6746 

Nordeste
Endereço: Rua Alto da Alegria, s/n, Beco da Cultura (espaço do Centro Social Urbano)
Telefone: 3248-7988 

São Cristóvão
Endereço: Rua Stella Mares, nº 01 - antiga Invasão Iolanda Pires
Telefone: 3377-4130 

Valéria
Endereço: Praça da Matriz, s/n - em frente à Madeireira Valéria
Telefone: Não instalado 

Espero que possa ser de alguma utilidade! Abraços

Maurício Fonseca